24 de nov. de 2011

A RESENHA ...


Por Mariana Guerra 
e Sâmia Franco


Só quem pôde estar por todos os circuitos do Simulado, entre os bastidores dos comitês, nas rodadas da OMC e de Negócios Internacionais, no Conselho de Segurança e no Security Council, viu de perto as expressões mais interessantes, as manifestações que mereceram destaque, assim como as “tijoladas” das mais equivocadas e tempestuosas delegações. Enquanto o Security Council experimentava uma discussão que mais parecia uma refinada e fleumática reunião de chá entre ingleses, o Conselho de Segurança (em português) fazia soar, com intensidade, o martelo das mediadoras chamando os participantes ao decoro. Enquanto o quase presidente francês, o Sr. Sarcozinho, reclamava o direito à palavra mesmo que tivesse que subir na cadeira, na outra sala de reunião, o delegado Líbio, Muhammad Al Tellos, se dirigia suavemente às delegações estadunidense como um amigo de infância da senhora Varjão Clinton, grato à intervenção da OTAN e ao apoio da ONU. Nas negociações da OMC sobre a pirataria, o representante boliviano, designado diretamente de La Paz, não cessou fogo contra o representante chinês em nenhum instante, e fez até mesmo menção das atividades econômicas na 25 de Março, em São Paulo, chamando a atenção da delegação brasileira. Com a implantação da Jac Motors em Camaçari, a delegação chinesa sempre começava seus contra-argumentos com: “oxe!”. Na verdade, a China, sempre que acusada de pirataria, “rodava a baiana”. Por incrível que pareça, os argentinos tiveram uma excelente performance mediadora e foco nas discussões. Quem diria... “los hermanos ficaram bem na fita”. Na Rodada de Negócios Internacionais, a delegação australiana sugeriu, esdruxulamente, à Arábia Saudita o estabelecimento de uma paridade barril de petróleo por litros de leite para facilitar as negociações. #quepedrada!.

As estratégias de argumentação foram variadas até o fechamento do contrato de exportação. Às vezes, as divergências eram retomadas no coffee break e, lá fora, onde todos estavam livres do decoro, a captura de Bin Laden era tratada como: “a morte do cara”, a delegada paquistanesa estava revoltada. No fim das discussões, houve premiação para os delegados que mais se destacaram, e assim se resumia o conjunto das atividades: ampliação da capacidade crítica dos estudantes de RI, pesquisas de temas chave ligados à área internacional, desenvolvimento de habilidades, comunicação e expressão, oratória e negociação, maior envolvimento com os colegas e com o curso, enfim: um leque de oportunidades chamado Simulado das Nações Unidas.

A quarta edição do SINU inovou e trouxe assuntos interessantes à discussão, os guias de estudos estiveram bem organizados e foram disponibilizados em tempo hábil para que os participantes pudessem utilizá-los. Ainda foi destacável o empenho dos participantes do NURI e dos professores, especialmente a coordenadora do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Relações Internacionais, Vanessa Borges, presente em todos os momentos, dando suporte na organização dos comitês, participando das mesas de debates, e até mesmo assumindo missões quase impossíveis, como a de fazer uma impressora problemática imprimir 50 folhas de Boletim de Imprensa. Sem a persistência da equipe organizadora, o evento não existiria. O IV SINU marcou também o primeiro ano da Rodada de Negócios Internacionais, acrescentando novas perspectivas ao evento e diversificando ainda as possibilidades de atuação dos alunos. Assim, ficam aqui expressos os agradecimentos quanto à liberdade de imprensa garantida pela equipe CIAL, e o firme apelo para que iniciativas como essa tenham continuidade na dinamização e fortalecimento do curso de Relações Internacionais da UNIJORGE.